"É um programa de desenvolvimento da maior aeronave que alguma vez a Embraer desenvolveu, uma aeronave militar na qual Portugal participa em várias áreas: sistemas e 'software', engenharia e desenvolvimento, certificação e testes e na produção de ferramentas".
A EEA foi designada a entidade gestora da participação portuguesa no programa com a Embraer, com o papel de mobilizar as empresas das áreas de aeroestruturas e 'software' em torno de consórcios tecnológicos do KC-390.
"Apresentarmo-nos como uma empresa portuguesa que é capaz de atuar como integrador de outras empresas portuguesas em grandes programas aeronáuticos, com o suporte do nosso principal parceiro de engenharia que é o Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel (CEIIA), que tem a maior equipa de engenharia aeronáutica em Portugal", é o objetivo da EEA, explica o presidente.
A EEA é fornecedor direto da Embraer em engenharia, com o CEIIA, e faz o projeto e cálculo estrutural de três módulos: leme de profundidade, a barriga do avião e a fuselagem central.
De seguida, esses módulos são produzidos nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), com quem a EEA tem uma parceria alargada. As OGMA subcontratam, com a EEA, empresas de ferramentas e compra ainda peças, área na qual a EEA intervém em qualidade.
Jacinto Bettencourt explicou à Lusa que, "como gestor de programa, o objetivo é maximizar a incorporação nacional", fazendo com que "o máximo de empresas portuguesas participem no programa".
O objetivo da EEA é arranjar programas aeronáuticos, da Embraer ou de outros construtores mundiais, que permitam alavancar a indústria.
"A Embraer está a apostar fortemente em Portugal, temos que aproveitar esta oportunidade", frisou.
O presidente da EEA considerou que tem que haver um processo de sensibilização de "todos os intervenientes, desde o ponto de vista da diplomacia económica, à identificação de medidas de financiamento, mesmo os atores políticos".
O objetivo é que a aposta na aeronáutica seja "uma aposta estratégica do Estado português e faça parte da chamada campanha de re-industrialização que se está a pensar neste momento em Portugal", explicou.
"Na prática tudo isto se traduz em exportações de produtos de alto valor acrescentado", afirmou Jacinto Bettencourt, considerando que "é necessário "mostrar uma grande coesão da indústria, que as empresas, que não são grandes empresas, estão unidas em consórcios complementares, com uma liderança disciplinadora e vertical, da EEA e de outras empresas que sabem liderar produtos nesta área, que há apoio político e formas de financiamento criativas".
A EEA participa pela primeira vez no Salão Internacional da Aeronáutica, Le Bourget, na região de Paris, que acolhe este ano 19 empresas portuguesas até ao próximo domingo.
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