quinta-feira, 20 de junho de 2013

Novo avião da Embraer é parcialmente produzido em Portugal.

"Não só nunca tínhamos entrado num programa destes, como entrámos com  uma participação muito significativa", explicou Jacinto Bettencourt, referindo-se  ao programa KC-390, que representa "um primeiro e significativo passo" de  Portugal na indústria aeronáutica de asa fixa.  
"É um programa de desenvolvimento da maior aeronave que alguma vez a  Embraer desenvolveu, uma aeronave militar na qual Portugal participa em  várias áreas: sistemas e 'software', engenharia e desenvolvimento, certificação  e testes e na produção de ferramentas". 
A EEA foi designada a entidade gestora da participação portuguesa no  programa com a Embraer, com o papel de mobilizar as empresas das áreas de  aeroestruturas e 'software' em torno de consórcios tecnológicos do KC-390.
"Apresentarmo-nos como uma empresa portuguesa que é capaz de atuar como  integrador de outras empresas portuguesas em grandes programas aeronáuticos,  com o suporte do nosso principal parceiro de engenharia que é o Centro para  a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel (CEIIA), que tem a maior  equipa de engenharia aeronáutica em Portugal", é o objetivo da EEA, explica  o presidente. 
A EEA é fornecedor direto da Embraer em engenharia, com o CEIIA, e faz  o projeto e cálculo estrutural de três módulos: leme de profundidade, a  barriga do avião e a fuselagem central.  
De seguida, esses módulos são produzidos nas Oficinas Gerais de Material  Aeronáutico (OGMA), com quem a EEA tem uma parceria alargada. As OGMA subcontratam,  com a EEA, empresas de ferramentas e compra ainda peças, área na qual a  EEA intervém em qualidade. 
Jacinto Bettencourt explicou à Lusa que, "como gestor de programa, o  objetivo é maximizar a incorporação nacional", fazendo com que "o máximo  de empresas portuguesas participem no programa". 
O objetivo da EEA é arranjar programas aeronáuticos, da Embraer ou de  outros construtores mundiais, que permitam alavancar a indústria. 
"A Embraer está a apostar fortemente em Portugal, temos que aproveitar  esta oportunidade", frisou. 
O presidente da EEA considerou que tem que haver um processo de sensibilização  de "todos os intervenientes, desde o ponto de vista da diplomacia económica,  à identificação de medidas de financiamento, mesmo os atores políticos".
O objetivo é que a aposta na aeronáutica seja "uma aposta estratégica  do Estado português e faça parte da chamada campanha de re-industrialização  que se está a pensar neste momento em Portugal", explicou. 
"Na prática tudo isto se traduz em exportações de produtos de alto valor  acrescentado", afirmou Jacinto Bettencourt, considerando que "é necessário  "mostrar uma grande coesão da indústria, que as empresas, que não são grandes  empresas, estão unidas em consórcios complementares, com uma liderança disciplinadora  e vertical, da EEA e de outras empresas que sabem liderar produtos nesta  área, que há apoio político e formas de financiamento criativas". 
A EEA participa pela primeira vez no Salão Internacional da Aeronáutica,  Le Bourget, na região de Paris, que acolhe este ano 19 empresas portuguesas  até ao próximo domingo. 

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