Facebook usa inteligência artificial para melhorar seu 'feed' de notícias.
Tecnologia ajuda computadores a 'pensar' como humanos.
Objetivo é tornar Facebook mais interessante e relevante. O Facebook está trabalhando para transformar o usuário em seu melhor amigo e tentar conhecê-lo melhor usando programas baseados em inteligência artificial.
A empresa com sede na Califórnia, nos Estados Unidos contratou o professor Yann LeCun, da Universidade de Nova York (NYU), para chefiar um laboratório de inteligência artificial destinado a usar a última palavra na ciência para tornar o Facebook mais interessante e relevante.Atualmente, o "feed" de notícias do Facebook pode parecer uma confusão aleatória de mensagens, mas LeCun argumenta que o serviço "pode ser melhorado com sistemas inteligentes".
"Isso poderia incluir coisas como classificar (as mensagens) no "feed" de notícias ou determinar os anúncios que são exibidos aos usuários para que sejam mais pertinentes", afirmou LeCun à AFP depois de sua nomeação em 9 de dezembro.
O professor também apontou outras possibilidades inovadoras pensando nos usuários, "como analisar conteúdos, entender a linguagem natural e ser capaz de modelar novos usuários (...) para permitir que aprendam coisas novas, entretê-los e ajudá-los a conseguir seus objetivos".
O Facebook é a maior rede social do mundo, mas enfrenta o desafio de sustentar seu crescimento e manter a participação dos usuários enquanto atrai publicidade suficiente para gerar aumento de ganhos sem perder adeptos.
Embora tenha se recusado a especificar detalhes, LeCun afirma que o novo laboratório de inteligência artificial será a maior instalação de pesquisas desse tipo do mundo.
"O único limite que temos é quanta gente inteligente há no mundo que podemos contratar", disse o matemático e cientista da computação.
O laboratório terá instalações em três cidades – Nova York, Londres e Menlo Park, quartel-general do Facebook na Califórnia – e fará parte da ampla comunidade de pesquisas de inteligência artificial, segundo LeCun. Ele começará seu novo trabalho em janeiro de 2014, mas continuará na Universidade de Nova York.
O movimento do Facebook segue a incursão do Google na inteligência artificial e sua notável aquisição, neste ano, da DNNresearch, uma empresa inovadora criada pelo professor da Universidade de Toronto Geoffrey Hinton e dois de seus alunos. Eles desenvolveram uma tecnologia que replica modelos computadorizados de algumas funções do cérebro, como o reconhecimento de discurso e repetição de padrões.
Fazendo os computadores "pensarem"
A inteligência artificial pode ajudar os computadores a "pensar" de forma similar aos humanos e auxiliar na solução de problemas. Um dos exemplos mais famosos é o computador da IBM "Watson", que venceu os participantes do programa de televisão de perguntas e respostas "Jeopardy".
LeCun é conhecido por ter criado uma primeira versão de um algoritmo de reconhecimento de padrões que imita parte do córtex visual dos cérebros dos animais e dos humanos.
Suas pesquisas recentes incluem a aplicação de métodos de "aprendizado profundo" para entender uma cena visual exibida por veículos sem motorista, pequenos robôs voadores e também em sistemas de reconhecimento de voz.
James Hendler, que chefia o Instituto Rensselaer para a Exploração de Dados e Aplicativos, afirmou que o Facebook já usa alguns algoritmos de inteligência artificial para seu "gráfico de rede social", mas a aplicação disso em fotos, vídeos e outros dados multimídia requer um impulso.
"Espero que a curto prazo se concentrem principalmente em melhorar os algoritmos existentes, por exemplo, em uma seleção melhor do que se mostra no 'feed' de notícias do usuário", disse Hendler. "Deveríamos ver muito mais capacidades, como a busca de fotos de temas nos quais possamos estar interessados", destacou.
"Tem havido muita especulação sobre o abandono do Facebook pelos usuários porque eles não estariam contentes com o 'feed' de notícias, que não os deixa ver muitas coisas que gostariam de ver de seus amigos", disse.
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