quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Nissan Sentra, global e elegante, tem preço e recheio atraentes..

Ter 5% de participação de mercado é o grande objetivo da Nissan até 2016. Hoje, o valor oscila entre 2% e 3%. Os principais responsáveis para atingir a meta serão March e Versa, que começam a ser fabricados no Brasil a partir do ano que vem.
Produzir localmente também permite à marca japonesa importar quantidades maiores de veículos do Mercosul e do México. Nesta lista está a nova geração do Sentra -- que não é fundamental para o crescimento da empresa no Brasil, mas é seu principal representante no prestigiado segmento de médios. A Nissan almeja chegar a 7,9% de participação no segmento com o seu sedã. Em outras palavras, quer vender todos os 1.400 Sentra que serão importados por mês. É pouco, se comparado ao atual volume de vendas de Honda Civic e Toyota Corolla, líderes de mercado com aproximadamente 5.000 unidades/mês, mas razoável para quem ainda luta para ingressar de vez no Brasil e se desfazer da imagem de "estrangeira".

Para que isso dê certo, o jeito é apelar ao tradicional "custo/benefício": oferecer um carro bem equipado por preços atraentes. No Sentra, R$ 60.990 na versão S, de entrada; R$ 65.990 na SV, intermediária; e R$ 71.990 na SL, topo de gama. COMO ELE É
O Sentra será vendido em mais de 120 países com essa mesma nova cara, apesar de ter outros nomes em mercados asiáticos (Sylphy é um deles). O visual não encanta, mas também não desagrada. Bem-resolvida, a traseira é a parte mais harmônica. A frente é uma clara versão encolhida do Altima, um dos grandes campeões de vendas da Nissan nos Estados Unidos.
Todos os mercados receberão um sedã espaçoso e confortável. A área para pernas e cabeças dos passageiros traseiros é nota dez -- e não compromete o porta-malas, que carrega até 503 litros de bagagem (um Civic, por exemplo, leva 449 litros).
O acabamento da versão SL também melhorou em relação à geração anterior (que ficou conhecida pela propaganda em que afirmava "não ser de tiozão"). O material emborrachado da parte superior do painel é refinado. Porém, os plásticos que revestem praticamente todo o console central (imitação de alumínio escovado) e as portas não são tão bons. De um modo geral, a Nissan trata bem os ocupantes.
O cuidado continua quando o assunto é segurança: airbag duplo, freios com sistema ABS, faróis e lanternas de LEDs, luzes de neblina, cintos de três pontos traseiros e fixadores para cadeirinhas infantis (padrão Isofix) são itens de série desde a configuração S. Acesse a lista de equipamentos, diferenciando versões, por aqui. Os três pacotes são fechados: não há opcionais.. SUPERCÂMBIO
O motor não mudou: estamos falando do mesmo quatro-cilindros 2.0 flex de 140 cavalos de potência e 20 kgfm de torque (os números são os mesmos com etanol e gasolina). As únicas alterações no propulsor foram no sistema de injeção de combustível para partidas a frio (passa a utilizar o sistema Flex Start, da Bosch, que dispensa o tanquinho de gasolina adicional); e nas calibrações feitas para receber o novo câmbio CVT (continuamente variável) das versões mais caras. A taxa de compressão continua baixa , de 9,7:1 com os dois combustíveis. A Nissan quer deixar claro que seu sedã tem nota A no Conpet, programa consumo do Inmetro, e exibe numa etiqueta enorme nas concessionárias os números obtidos nas medições do órgão:  6,9 km/l na cidade e 9,1 km/l na estrada com etanol; 10,2 km/l e 12,9 km/l com gasolina, nas mesmas condições. A NISSAN conseguiu registrar no computador de bordo 12,7 km/l de gasolina durante o test-drive, que foi predominantemente rodoviário. Com tanque de 52 litros de capacidade, a autonomia apontada no painel superava 650 quilômetros.

Para atrair os clientes desta categoria, a Nissan vai explorar os preços convidativos (menores que o dos concorrentes em todas as versões de acabamento/equipamento), garantia de três anos e o sistema de revisão a preços fixos (até 60 mil/km). Espere também por propagandas fortes e engraçadinhas (como a dos "pôneis malditos", da picape Frontier), algo que tem se tornado comum para a montadora. Tudo isso para brigar pelo 4º lugar do segmento com VW Jetta, Ford Focus (que, em nova geração, pode reagir) e Renault Fluence. Com 1.400 Sentra por mês, é o que dá para querer. 

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