
O colunista afirmou saber sobre o documento há poucos meses e disse que os EUA não têm o direito de monitorar outros países, apesar de eles fazerem isso de qualquer jeito. “Os EUA são, se não o país mais poderoso, um dos mais poderosos. Então eles fazem o que querem de qualquer jeito. Isso é algo que o resto do mundo terá que pensar, agora que eles sabem disso.” O jornalista se recusou a falar sobre como conheceu a sua fonte, pois ela estará sob investigação.
“O documento mostra que uma agência de espionagem dos EUA, basicamente, usou seu poder para perseguir os serviços dessas empresas, onde todas essas informações estão. Eles ouvem o que querem e quando querem. Agora é esperar que outros países digam: precisamos fazer algo a respeito”, acrescentou Greenwald, que não usa os serviços de nenhuma das empresas listadas no documento. “Eu não usaria o Facebook e uso o Skype eventualmente porque preciso, já que não existe nenhuma alternativa. Mas, em geral, eu me esforço para evitar usar companhias que eu sei que estão deixando o governo dos EUA escutar o que querem.”
O jornalista está em Hong Kong trabalhando em uma reportagem. Ele foi advogado em Nova York por dez anos e sempre passou suas férias no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, onde conheceu seu parceiro. “O governo brasileiro reconheceu a nossa relação e me deu um visto permanente. O meu governo não reconheceu a nossa união e não deu um visto para o meu parceiro. Então o Brasil é o único lugar onde podemos morar juntos.”
Questionado se tem medo de alguma retaliação do governo dos EUA sobre o vazamento, Greenwald disse que obviamente pensou nessa possibilidade. “O governo dos EUA tem provado muitas vezes que mira as pessoas que expõem seus segredos. Eles os ameaçam, os processam e os colocam na prisão. Então seria estúpido da minha parte não pensar que isso seria uma possibilidade”, disse.
“Mas ao mesmo tempo eu sei que tenho os meus direitos como cidadão e jornalista e tenho que exercê-los. As pessoas que levaram essas informações para o público foram muito corajosas, tiveram muita coragem e correm muito mais riscos do que eu. Eu olho para o exemplo deles e vejo o que eles fizeram e isso me inspira a fazer o mesmo. Espero, com isso sendo feito, inspirar outras pessoas a não ter medo do governo e a perceber que eles têm os direitos de cidadãos, que fazem com que eles não desistam por causa do medo.”
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