domingo, 7 de julho de 2013

BOEING 777 ASIANA- acidente

Captura de Tela 2013-07-06 às 22.03.33307 pessoas a bordo. Até o momento em que escrevo este post (00:40hs), duas mortes foram confirmadas e 10 feridos estão em estado grave.
O acidente da Asiana é o primeiro com vítimas fatais a bordo do gigantesco Boeing 777, que entrou em serviço em 1995. O único acidente anterior [em voo] com o modelo ocorreu durante o pouso em Londres, cuja investigação descobriu que a formação de cristais de gelo no combustível poderiam causar o problema com o aquecedor de combustível naquele motor específico (Rols Royce). Após a conclusão da investigação, todos os trocadores de calor dos motores RR foram substituídos por um novo modelo que não apresenta o problema. A propósito, o avião acidentado da Asiana possui motores Pratt & Withney, imunes ao problema de cristais de gelo no trocador de calor do óleo/combustível.
O post não é para especular sobre a possível causa do acidente, pois há que se aguardar as investigações para saber que motivos levaram a aeronave a sofrer o tremendo impacto capaz de arrancar sua cauda, ou em outras palavras, qual a razão da atitude do avião estar tão errada (baixo e com altoângulo de ataque) no momento do pouso.
O post na verdade é para prestar um tributo à engenharia aeronáutica, ou melhor dizendo, o baixíssimo número de vítimas em um acidente desta magnitude mostra o quanto os engenheiros aprenderam com o passado e incorporaram em seus designs aviões cada vez mais seguros, tanto do ponto de vista estrutural quanto do ponto de vista dos sistemas. A cabine de passageiros hoje em dia possui materiais que retardam a propagação de fogo, de tal maneira que quando este avião começou a pegar fogo, já estava praticamente evacuado.
O que mais me impressionou foi que o charuto ficou quase intacto. Os buracos vistos no teto ocorreram após o incêndio, provavelmente causado pela proximidade do motor 2 que foi parar ao lado da fuselagem. Este desenho abaixo mostra, com extrema simplicidade, a construção da estrutura de uma aeronave deste tamanho. Nem mesmo as asas e as juntas das seções se separaram na pancada (exceto a seção 48, que foi arrancada no impacto inicial).Captura de Tela 2013-07-06 às 21.53.44A fuselagem é do tipo semi-monocoque, com stringers (costelas horizontais) e frames (os anéis circulares) proporcionando a rigidez estrutural, e uma gigantesca keel beam (viga do casco) que suporta e transfere todos os esforços causados pela aterrisagem e seu gigantesco trem de pouso de 3 eixos, além de ser o ponto de distribuição de forças das asas. As vigas do solo, onde se prendem os assentos são de material compósito (fibra de carbono e outras misturas).
O peso médio de um 777-200 no pouso é da ordem de 200 toneladas (200 mil quilos), a uma velocidade aproximada de 295 km/h. Esta foto do New York Times mostra a devastação que ocorreu no acidente, desde antes da cabeceira da pista até o ponto de parada do avião, a apenas 700 metros à frente. Percebam que a única peça que poderia manter o nariz levantado (os estabilizadores horizontais) foram arrancados no primeiro impacto, ainda antes de chegar na cabeceira, então o nariz e o restante da fuselagem deve ter atingido o solo com uma força descomunal. O trem de pouso e seus eixos são de aço, e é possível ver em uma das fotos que apenas um eixo das rodas sobreviveu. Também é possível ver que a viga foi “rasgada” do avião e permaneceu acoplada ao trem.Clique para ampliar

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