sábado, 27 de abril de 2013

NEGÓCIOS - Gol terá aérea na República Dominicana.

Luis Ushirobira/Valor / Luis Ushirobira/ValorA Gol Linhas Aéreas planeja abrir uma companhia aérea na República Dominicana, a Gol Dominicana, no segundo semestre.


 O plano é montar uma frota de sete aeronaves da Boeing, modelo 737-800, com voos para a América Central e para os Estados Unidos.

 A Gol não confirmou a informação. Informou que "está sempre atenta a oportunidades no mercado internacional". O passo definitivo para a Gol implementar esse plano foi dado na semana passada, no dia 17 de abril. Foi quando a Câmara de Deputados da República Dominicana aprovou alterações na legislação aeronáutica daquele país, com o objetivo de reconhecer a Gol como empresa aérea nacional, apesar de ter o seu capital controlado por estrangeiros.

 Atualmente, 62,74% do capital total da Gol é do fundo Volluto, integrado pelo presidente do conselho de administração da companhia, Constantino de Oliveira Junior e seus irmãos. 

  • O fundo Wellington Management Company tem 5,08% das ações e o Fidelity tem 2,52%. 
  • Mais 25,19% dos papéis estão pulverizados no mercado. 

  • A Delta Air Lines tem 2,98% do capital. 
  • Uma fatia de 1,49% está dividida entre o conselho de administração, diretoria e tesouraria. 
 Segundo a imprensa da República Dominicana, a modificação na lei para beneficiar a Gol foi aprovada em regime de urgência, a pedido do presidente dominicano, Danilo Medina. 

A Câmara de Deputados transformou em lei esse projeto, que precisa agora da sanção presidencial. As alterações já têm o aval do Senado local. A nova lei aeronáutica da República Dominicana diz que serão reconhecidas como companhias dominicanas "empresas aéreas constituídas com capital até 100% de investidores estrangeiros sempre e quando tais investimentos pertençam a uma companhia aérea internacional reconhecida internacionalmente ou a uma subsidiária controlada por elas e que seja autorizada pelo Poder Executivo". 

 Essa alteração foi feita porque o objetivo da República Dominicana é ter uma empresa aérea de bandeira (que representa o país), a exemplo do que o Panamá fez com a Copa Airlines, que montou um centro de distribuição de voos ("hub", no jargão do setor aéreo) na Cidade do Panamá. 

 Segundo fontes que acompanham as negociações entre a Gol e o governo da República Dominicana, outros benefícios poderão ser concedidos à nova companhia aérea, como incentivos fiscais na compra de querosene de aviação e redução de taxas aeroportuárias.

 Com prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão no ano passado, o pior resultado em 12 anos de operação, a Gol não pretende fazer investimentos adicionais para montar a frota da Gol Dominicana. Como parte da sua estratégia de reduzir a oferta de assentos em voos no Brasil, em vez de incorporar sete aviões novos para o mercado brasileiro, cuja entrega já estava programada, a Gol planeja transferi-los para a Gol Dominicana. Com isso, evitaria o cancelamento de encomendas já realizadas com a fabricante americana Boeing. 

 Em outubro do ano passado, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, contou ao Valor que a companhia tem planos de montar um "hub" em Santo Domingo, na República Dominicana. Segundo o executivo, a ideia é oferecer voos aos Estados Unidos.

 A Gol já iniciou as vendas de passagens para Orlando e Miami a partir da cidade dominicana. 

 A Aérea tem planos de ampliar as conexões aos Estados Unidos, para cidades como Nova York, Las Vegas e Los Angeles, com decolagens da capital dominicana. Por meio de sua sócia minoritária Delta Air Lines, que também opera em Santo Domingo, a Gol pretende oferecer aos seus passageiros conexões para a Ásia e Europa de Atlanta, onde a Delta estabeleceu o seu "hub". 

 Em dezembro de 2011, a Delta comprou quase 3% do capital da Gol por US$ 100 milhões. As duas companhias têm um acordo de compartilhamento de voos (do inglês "code-share") desde 2005. O mercado internacional responde por 8% da receita da Gol.

 Com os planos na República Dominicana, a intenção é aumentar a sua receita em dólares, já que em torno de 55% dos custos são dolarizados, sendo 40% de querosene de aviação e 15% de arrendamento de aeronaves ("leasing"). 

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